No meio da transumância anual de Portugal e dos portugueses, a que chamamos férias, o mundo está a mudar muito rapidamente e muito perigosamente. A China e a Rússia estão todos os dias a ocupar o espaço deixado livre pelas potências anteriores, o eixo euro-atlântico, entre os EUA e a União Europeia, com enormes implicações para o futuro do século XXI. É um clássico processo geopolítico, os poderes fracos deixam espaço a novos poderes emergentes, que rapidamente ocupam a cena mundial ditando as suas regras. A União Europeia não conta para nada, nem sequer para a retórica, apenas os EUA e os antigos países do Pacto de Varsóvia esboçam uma tímida resistência, mais simbólica do que efectiva, mas mesmo assim resistência.
Os casos da China e da Rússia não são idênticos. A China emerge como grande potência mundial assente numa combinação única entre capitalismo e um sistema repressivo e autoritário de "consenso" que usa a capa do comunismo, mas pouco tem a ver com ele. O processo chinês é único e demasiado complexo para caber nos modelos conhecidos. É também uma experiência que tem muito do pensamento e história "oriental" que compreendemos pouco por nos ser civilizacionalmente alheia. Como no Japão, os mecanismos do "consenso" forçado, vistos como legitimação da hierarquia, estabilidade e "ordem", têm um apoio social que seria inexplicável na tradição europeia.
Há enormes virtualidades no processo chinês, exactamente pela sua vitalidade económica, que está a tirar milhões de pessoas da pobreza e está a produzir liberdade e democracia a partir dos mecanismos sociais do capitalismo, mas é só uma questão de prazo até que se gerem imensos riscos de conflitualidade social e política. Na China, porém, não há no poder a combinação de autocracia (com traços de poder pessoal) e cleptocracia como há na Rússia. O processo capitalista na China é uma opção estratégica e não uma adaptação ao fim da economia planificada do comunismo. As regras definidas pelo poder comunista são tidas como seguras pelos investidores estrangeiros, que geram na China uma economia e um crescimento que não é assente apenas na exploração das riquezas naturais. A muito dura luta contra a corrupção feita pelo PC Chinês funciona como legitimação do poder e para além de certos limites o poder político não interfere discricionariamente na economia privada. Uma parte importante da população beneficia positivamente de alterações no consumo e na qualidade de vida.
As coisas não podem continuar como estão e a uma dada altura haverá convulsões entre o dinamismo da sociedade e o carácter autocrático do poder político, mas para já o efeito de poder mundial chinês não se faz por uma política agressiva para além do estrito leque de questões de unidade e soberania nacional que sempre se colocaram em relação, por exemplo, a Taiwan. E, mesmo aí, os chineses mostram uma capacidade de negociação e de compromisso sem paralelo. Os chineses estão a mudar os quadros do mundo como potência emergente, essencialmente pelo seu poder político-económico e não por uma política agressiva político-militar.
A Rússia é muito diferente. Nenhum investidor estrangeiro sério, que não viva de economias predadoras como as que se criam à volta do petróleo, do gás natural e dos recursos mineiros, investe na Rússia. Eles sabem que as regras são ambíguas, a legislação presta-se para tudo, o Estado, a burocracia, central e regional, faz literalmente o que quer, pode mandar prender um novo-rico porque ele se tornou incómodo para o poder político e deixar outro à solta a ganhar biliões, exactamente nas mesmas circunstâncias de fuga aos impostos ou irregularidades financeiras. A discricionariedade política e judicial é total, os controlos dos aparelhos militares, policiais e da justiça são políticos e tudo mergulha num ambiente de corrupção generalizada. Apesar dos enormes ganhos recentes com os combustíveis, a população russa pouco beneficiou da hiper-riqueza dos novos-ricos russos aliados ao poder e das máfias, por sua vez também aliadas ao poder. A Rússia está longe de ter conhecido a verdadeira revolução produtiva da China, e cidades, vilas, regiões inteiras permanecem num limbo de pobreza e mediocridade agravando a deterioração de tudo: casas, linhas férreas, fábricas, serviços públicos, estradas, aeroportos, etc. Saia-se de Moscovo, do centro de Moscovo ou de São Petersburgo, e é como se o cinzento do comunismo continuasse a dominar populações resignadas, com líderes violentos e corruptos.
Na Rússia como na China, não há verdadeira democracia nem liberdades. O poder político existente, quer seja o nacional, o regional ou o de uma cidade, continua a controlar os órgãos de comunicação, a ameaçar os que divergem, nalguns casos a perseguir, ferir ou matar os que denunciam o que se passa. O sistema político é, como quase tudo na sociedade, uma sobrevivência híbrida do comunismo, fragmentado, dominado por partidos e personalidades pouco recomendáveis, puxado para os extremos do comunismo ortodoxo e do fascismo xenófobo e revanchista. Com votos.
O poder político central permanece autocrático e capaz de tudo para se defender. Ieltsin e a família dividiram os espólios de matérias-primas por meia dúzia de amigos e fiéis, Putin chegou ao poder na base de uma história nunca esclarecida de explosões terroristas "tchetchenas", que envolvia os serviços secretos que ele dirigia, e que lhe serviu de pretexto para uma operação militar que, se o Tribunal Penal Internacional fosse o que diz ser, implicaria levá-lo ao banco dos réus de Haia como criminoso de guerra. Putin restaurou o nacionalismo russo a partir da manipulação da genuína sensação de humilhação que muitos russos partilhavam ao ver o seu país perder todo o poder que tinha com a queda do comunismo, e tornou-o na base de uma política externa pouco diferente da soviética, cada vez com mais crescente agressividade, dentro e fora das fronteiras.
O que se passa na Geórgia deveria fazer soar o mais clamoroso sinal de alarme, não só pelo que significa de per si, como pelo facto de deitar uma luz retrospectiva sobre os erros sucessivos cometidos pelos EUA e pela UE nos Balcãs. O que os russos estão a dizer é: "Vocês humilharam-nos nos Balcãs, nós mandamos no Cáucaso." Mas dizem mais: "Em toda a área das antigas repúblicas da URSS que se tornaram independentes, assim como do Pacto de Varsóvia, nós temos um droit de regard maximalista e reclamamos o direito de 'protecção' das populações russas (quase sempre emigradas para aquelas regiões na sequência de políticas soviéticas de 'russificação' das zonas onde havia mais forte nacionalismo anti-russo, como aconteceu nos países bálticos) que implica a intervenção militar em países soberanos." O resultado é que vários países nas fronteiras da Rússia têm uma soberania limitada, a Ucrânia, a Moldova, a Geórgia, mesmo os países bálticos têm que aceitar enclaves protegidos por tropas russas, constituindo "países" que ninguém reconhece (na Moldova e na Geórgia por exemplo), ou aceitar direitos de passagem, estacionamento e bases militares que limitam a soberania (como acontece na Ucrânia e nos bálticos). Mais ainda: não tenham veleidades de ser soberanos ao ponto de quererem entrar em alianças como a OTAN, porque isso é inaceitável pela Rússia.
Quando os presidentes e dirigentes da Polónia, Lituânia e Ucrânia vão a Tiblissi apoiar os georgianos, eles sabem muito bem a parte do mundo em que vivem, o carácter do seu vizinho e antigo dominador, e o que está em causa. Os EUA muito fragilizados ainda tentaram ir além da retórica, mas não foram e sofreram uma derrota para os seus objectivos estratégicos. A UE é penoso de se ver, não conta para nada, os seus esforços diplomáticos, visto que não tem outra capacidade, ainda foram empurrados pela parte mais preocupada dos antigos países de Leste, mas são incapazes sequer de garantir aos georgianos a sua soberania sobre a Abkázia e a Ossétia, mesmo que virtual. O precedente do Kosovo também ajuda a Rússia, que pode, tão unilateralmente como fizeram os EUA e vários países da UE, reclamar independências à margem das Nações Unidas para as suas zonas de ocupação na Geórgia.
Balcãs e Cáucaso, como sempre, vão continuar a ser o sítio onde se medem as forças. E uma nova Rússia autocrática e agressiva mostrou o seu poder, a UE e os EUA mostraram o seu declínio. Bem-vindos ao século XXI.
José pacheco Pereira
(Publicado no Público em 16 de Agosto de 2008.)
2008/08/17
2008/08/14
2008/08/07
A bolsa ou...a vida
Projecção para daqui a uns tempos:
Galp, BCP, Zon, Brisa e Cimpor são 'Top Picks' da Lisbon Brokers
Os analistas da corretora Lisboeta revelaram hoje quais os seus títulos nacionais favoritos até ao fim do ano, considerando que os investidores devem calmamente começar a comprar estes papéis, por considerarem que encontram a preços atraentes, ao mesmo tempo que têm um modelo de negócio "sólido" que os irá ajudar a resistir à má conjuntura económica, que deverá continuar no curto prazo.
Pedro Duarte
Segundo a nota de estratégia da Lisbon Brokers para o segundo semestre do ano hoje divulgada, a Cimpor, a Galp, a Brisa, o BCP e a Zon "são particularmente atraentes de um ponto de vista de potencial de valorização".
BCP
Para o BCP, a corretora lisboeta diz que este "tem passado por muito nestes últimos anos, mas parece ter assentado rapidamente", sendo esperado que os resultados do trabalho da nova administração comecem a dar frutos nos últimos seis meses do ano.
"O BCP tem vindo a aumentar consistentemente a sua base de receitas, mais ainda tem muito espaço para aumentar os níveis de eficiência. Por outro lado, acreditamos que os accionistas mais rebeldes não vão ficar parados até os resultados começarem a aparecer", diz o documento, adiantando que, tendo em conta a desvalorização de 57% já registada pelo papel este ano, "que reflecte acima de tudo a tendência do sector, nós [a Lisbon Brokers] seríamos compradores [do papel] a este valor".
O BCP encerrou a sessão de hoje na Euronext Lisbon a deslizar 0,44% para os 1,13 euros.
CIMPOR
Na Cimpor, a Lisbon Brokers diz que, para além da empresa ter uma base fundamental sólida, tem também "uma estrutura accionista intrigante". Notando que "a velocidade e a eficiência com que a empresa integra novos negócios é bastante impressionante", a corretora nota que a sua avaliação de sete euros por acção dá ao papel um potencial de valorização de 72%, pelo que esta seria uma "compradora agressiva do mercado, uma vez que não há vendedores a estes níveis". A recomendação para o papel é de 'Forte Compra'.
A Cimpor ganhou 0,98% para os 4,11 euros na sessão de hoje da bolsa nacional.
GALP
Já para a Galp, o documento nota que esta se está a tornar uma "história curiosa": se por um lado a subida do petróleo está a pressionar as margens do seu negócio de Refinação & Marketing, levando a empresa a apresentar resultados decepcionantes, a presença da petrolífera na bacia de Santos no Brasil significa que em 2009 nenhum portfólio estará completo sem uma quantidade considerável de acções da empresa. Como o preço-alvo de 16 euros por acção da Lisbon Brokers para a Galp implica um potencial de subida de 45%, a corretora avança com uma recomendação de 'Forte Compra' para o papel.
A Galp Energia foi a 'estrela' da Bolsa de hoje, tendo chegado ao fim do dia a disparar 17,27%.
BRISA
Na Brisa, embora note que "o modelo de negócio está algo em risco devido ao abrandamento dos números do tráfego e possibilidades limitadas de expansão em Portugal", a Lisbon Brokers aprecia o facto da rede da empresa no nosso País ser sólida e fonte de um fluxo de dinheiro estável e de baixo risco para esta.
"A razão mais atraente para comprar a Brisa, contudo, é o facto da Abertis, que tem uma participação de 10,23% no capital da concessionária, ter reiterado por várias ocasiões que tem o desejo de criar uma grande operadora de auto-estradas na Europa. Para nós, isto significa que a sua posição na companhia é estratégica".
Assim, tendo em conta as dúvidas que existem em redor da estrutura accionista futura da empresa, o facto do seu preço-alvo pra a Brisa implicar um potencial de valorização de 25%, a Lisbon Brokers avança com uma recomendação de 'compra' para a concessionária.
A Brisa ganhou 1,56% para os 6,50 euros na sessão de hoje da Euronext Lisbon.
ZON
Por fim, a Zon Multimédia é considerada como tendo "um modelo de negócio firme com uma oferta 'triple-play', e que irá em breve ser capaz de oferecer uma oferta 'quadruple-play', depois de ter concluído um acordo com a Vodafone para a criação de um operador móvel virtual". Tendo também em conta a possibilidade de expansão da empresa liderado por Rodrigo Costa para África, a Lisbon Brokers reforça a sua recomendação de 'Forte Compra' para a companhia, bem como a sua avaliação de oito euros por acção, com um potencial de valorização de 36%.
A Zon encerrou a sessão de hoje na Bolsa inalterada nos 5,88 euros.
Galp, BCP, Zon, Brisa e Cimpor são 'Top Picks' da Lisbon Brokers
Os analistas da corretora Lisboeta revelaram hoje quais os seus títulos nacionais favoritos até ao fim do ano, considerando que os investidores devem calmamente começar a comprar estes papéis, por considerarem que encontram a preços atraentes, ao mesmo tempo que têm um modelo de negócio "sólido" que os irá ajudar a resistir à má conjuntura económica, que deverá continuar no curto prazo.
Pedro Duarte
Segundo a nota de estratégia da Lisbon Brokers para o segundo semestre do ano hoje divulgada, a Cimpor, a Galp, a Brisa, o BCP e a Zon "são particularmente atraentes de um ponto de vista de potencial de valorização".
BCP
Para o BCP, a corretora lisboeta diz que este "tem passado por muito nestes últimos anos, mas parece ter assentado rapidamente", sendo esperado que os resultados do trabalho da nova administração comecem a dar frutos nos últimos seis meses do ano.
"O BCP tem vindo a aumentar consistentemente a sua base de receitas, mais ainda tem muito espaço para aumentar os níveis de eficiência. Por outro lado, acreditamos que os accionistas mais rebeldes não vão ficar parados até os resultados começarem a aparecer", diz o documento, adiantando que, tendo em conta a desvalorização de 57% já registada pelo papel este ano, "que reflecte acima de tudo a tendência do sector, nós [a Lisbon Brokers] seríamos compradores [do papel] a este valor".
O BCP encerrou a sessão de hoje na Euronext Lisbon a deslizar 0,44% para os 1,13 euros.
CIMPOR
Na Cimpor, a Lisbon Brokers diz que, para além da empresa ter uma base fundamental sólida, tem também "uma estrutura accionista intrigante". Notando que "a velocidade e a eficiência com que a empresa integra novos negócios é bastante impressionante", a corretora nota que a sua avaliação de sete euros por acção dá ao papel um potencial de valorização de 72%, pelo que esta seria uma "compradora agressiva do mercado, uma vez que não há vendedores a estes níveis". A recomendação para o papel é de 'Forte Compra'.
A Cimpor ganhou 0,98% para os 4,11 euros na sessão de hoje da bolsa nacional.
GALP
Já para a Galp, o documento nota que esta se está a tornar uma "história curiosa": se por um lado a subida do petróleo está a pressionar as margens do seu negócio de Refinação & Marketing, levando a empresa a apresentar resultados decepcionantes, a presença da petrolífera na bacia de Santos no Brasil significa que em 2009 nenhum portfólio estará completo sem uma quantidade considerável de acções da empresa. Como o preço-alvo de 16 euros por acção da Lisbon Brokers para a Galp implica um potencial de subida de 45%, a corretora avança com uma recomendação de 'Forte Compra' para o papel.
A Galp Energia foi a 'estrela' da Bolsa de hoje, tendo chegado ao fim do dia a disparar 17,27%.
BRISA
Na Brisa, embora note que "o modelo de negócio está algo em risco devido ao abrandamento dos números do tráfego e possibilidades limitadas de expansão em Portugal", a Lisbon Brokers aprecia o facto da rede da empresa no nosso País ser sólida e fonte de um fluxo de dinheiro estável e de baixo risco para esta.
"A razão mais atraente para comprar a Brisa, contudo, é o facto da Abertis, que tem uma participação de 10,23% no capital da concessionária, ter reiterado por várias ocasiões que tem o desejo de criar uma grande operadora de auto-estradas na Europa. Para nós, isto significa que a sua posição na companhia é estratégica".
Assim, tendo em conta as dúvidas que existem em redor da estrutura accionista futura da empresa, o facto do seu preço-alvo pra a Brisa implicar um potencial de valorização de 25%, a Lisbon Brokers avança com uma recomendação de 'compra' para a concessionária.
A Brisa ganhou 1,56% para os 6,50 euros na sessão de hoje da Euronext Lisbon.
ZON
Por fim, a Zon Multimédia é considerada como tendo "um modelo de negócio firme com uma oferta 'triple-play', e que irá em breve ser capaz de oferecer uma oferta 'quadruple-play', depois de ter concluído um acordo com a Vodafone para a criação de um operador móvel virtual". Tendo também em conta a possibilidade de expansão da empresa liderado por Rodrigo Costa para África, a Lisbon Brokers reforça a sua recomendação de 'Forte Compra' para a companhia, bem como a sua avaliação de oito euros por acção, com um potencial de valorização de 36%.
A Zon encerrou a sessão de hoje na Bolsa inalterada nos 5,88 euros.
2008/08/02
Os putos estão bonitos
Fomos a casa do Pedro. os putos estão cada vez mais bonitos.
Contiuamos a ter muita dificuldade em lidar com os adultos sobretudo quando a Andreia está presente. Só com o Pedro é diferente. Aparece mais solto mais ele próprio. Com ela parece que está sempre a pedir a aprovação para tudo quanto faz.
Não sei porque a Andreia tem este comportamento. Suponho que é mesmo falta de educação.
A relação com os putos está a melhorar especialmente com o João. De facto tenho pouco geito para lidar com putos pequenos. Acabam-se as "gracinhas" depressa. espero que cresçam depresssa.
Contiuamos a ter muita dificuldade em lidar com os adultos sobretudo quando a Andreia está presente. Só com o Pedro é diferente. Aparece mais solto mais ele próprio. Com ela parece que está sempre a pedir a aprovação para tudo quanto faz.
Não sei porque a Andreia tem este comportamento. Suponho que é mesmo falta de educação.
A relação com os putos está a melhorar especialmente com o João. De facto tenho pouco geito para lidar com putos pequenos. Acabam-se as "gracinhas" depressa. espero que cresçam depresssa.
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