2011/12/29

A Ponte sobre o Drina



Para além da maravilhosa escrita de Andric que, apesar de Prémio Nobel, é, muitas vezes esquecido, tanto que só (muito) tardiamente foi traduzido, um livro absolutamente fundamental para quem quiser perceber "Os Balcãs.Curiosamente, retenho, citando de cor (não sei se corretamente), uma frase que me marcou muito "... os Bósnios só foram felizes e prósperos quando governados por outros..."


Comentário a propósito deste post publicado por João Ventura no dia nacional da Bósnia no Leitor sem Qualidades:


(Porque hoje é dia jogo com a Bósnia, recupero um texto de um blogue pretérito sobre as minhas evocações bósnias)

Há alguns anos atravessei de comboio o território que corresponde hoje ao mosaico de novos países que resultaram da desagregação da antiga Jugoslávia e a imagem que ainda guardo dessas terras corresponde à lenda que agora leio relatada por Ali-hodza Mutevelic´no romance de Ivo Andric´, A ponte sobre o Drina [Cavalo de Ferro], um território cuja superfície foi arranhada pelas garras do demónio, formando «profundos rios e ravinas, dividindo umas terras de outras e separando os homens, impedindo-os de viajar por essa terra que Alá lhes tinha dado para seu governo e sustento». Por isso, conta-nos, ainda, o hodza, «o maior e mais abençoado bem-fazer é construir uma ponte (…) e o maior pecado é mexer nelas».E, por estes dias em que as pontes de Mitrovic que separam as secções sérvia e albanesa da cidade se encontram encerradas pelos soldados da KFOR para prevenir males maiores na sequência da proclamação unilateral da independência do Kosovo – festejada bizarramente nas ruas de Pristina com bandeiras de países estrangeiros -, vou entrando no Hotel zur Brücke, sobranceiro ao Drina, onde, no romance de Andric´, converge o universo multi-étnico de Visegrad, e pergunto-me quais os demónios que vieram arranhar com as suas garras esta terra, cavando os abismos de medo e ódio que aí estão à espera que os anjos estendam de novo as suas asas para que os homens os possam franquear, como na lenda contada pelo hodja.As histórias d´A ponte sobre o Drina passam-se na pequena cidade bósnia de Višegrad, e têm por palco a desditosa ponte fronteiriça que a partir de 1992 foi lugar de execução pública de muçulmanos que eram lançados à corrente tumultuosa do Drina por extremistas sérvios [como se retrata no filme homónimo de Xavier Lukomski que passou, creio, num DocLisboa recente], numa encenação trágica da mesma limpeza étnica que os cetnici de Milosevic e Karadzic iam multiplicando por toda a Bósnia transformada num teatro da crueldade cujo palco principal foi a cidade dilacerada de Sarajevo. Aquela Sarajevo cuja paisagem entre ruínas atravessámos no filme de Theo Angelopoulos, O olhar de Ulisses, onde Harvey Keitel empreende uma espécie de jornada épico-catártica de um Ulisses contemporâneo em busca do passado e do sentido para a própria existência desolada: «Quando eu voltar será nas vestes de outro homem. O meu regresso será inesperado…»Destes episódios não conta o romance, nem poderia contar porque Ivo Andric´ já não os testemunhou. Nesse magnífico fresco que é A ponte sobre o Drina, Andric´ conta-nos sim do bulício humano na cidade de Visegrad – sérvios ortodoxos, croatas católicos, judeus sefarditas, turcos, muçulmanos e, no último escalão social, uma chusma de ciganos utilizados como carrascos em matanças incendiadas pelos ventos dissonantes da história – cujo destino se traça em torno da «eterna ponte, eternamente igual a si mesma, [sobre] as águas verdes, espumosas e agitadas do Drina». E conta-nos, também, episódios tormentosos conduzidos, então, pelos muçulmanos contra os sérvios durante o longo período de ocupação otomana – de que a cruel cena do empalamento do hajduk sérvio relatado no romance constitui metáfora absoluta -, mas que a manipulação mediática actual tem silenciado por considerar politicamente incorrecta a divulgação dessa outra face da história.«Croata por origem e católico por fé, sérvio por adopção, bósnio por nascimento e pelos matizes da sua própria obra, jugoslavo por determinação e identidade» - como o retrata escritor croata Predag Matvejevic, em Le monde “ex” [Fayard] -, há quem critique em Andric´uma visão que tende a apresentar a época otomana retratada na sua obra, em coerência com a historiografia nacional sérvia, como um período de singular sofrimento sérvio, extigmatizando assim os muçulmanos da Bósnia como «renegados» por terem adoptado a cultura do invasor, comparando-o com Emir Kusturika cuja posição relativamente à questão bósnia sempre foi muito apreciada em Belgrado. Talvez por isso, os nacionalistas croatas o tenham acusado de ter traído a sua própria nação; e os nacionalistas sérvios dele se tenham apropriado, ignorando a sua visão comospolita; e os nacionalistas bósnios muçulmanos lhe tenham reprovado ter descrito o sofrimento da população cristã sob o domínio turco.Mas estas, sim, todas elas, visões parciais e desfocadas de um escritor que, acima de tudo, foi sempre «balcânico e integrador» como o definiu o escritor triestino Claudio Magris: «Sérvio pareceu-lhe ser a expressão que melhor equivaleria a jugoslavo e esta, por sua vez, não é mais que a ambição de bósnio, essa forja de história e vida, essa unidade captada nas diferença e construída, também, através do conflito, que ele aprendeu na sua terra natal» [Utopia y desencanto, Anagrama]. Isto é, na Bósnia, que sempre foi para ele a dolorosa metáfora da existência e da convivência atraiçoadas, para a qual se exigia, como ele dizia, «quatro vezes mais de amor e de compreensão mútua» que para o resto dos países. Porque a Bósnia era – ainda será? - um mundo baseado na fragmentação e na rejeição de qualquer programa de inclusão globalizadora, que haveria de degenerar na homogeneidade étnica agrilhoada dentro da rigidez das fronteiras cavadas após a última guerra balcânica que «apenas o ódio consegue transpor», estilhaçando a utopia cosmopolita de Sarajevo.O que verdadeiramente nos conta Andric´é a vida dos homens e mulheres que construíram a ponte de Visegrad e a vida daqueles que ao longo de cinco séculos foram protagonistas, ou apenas vítimas, dos muitos conflitos que assolaram aquela região dos Balcãs: «tais acontecimentos foram recordados e contados juntamente com as histórias sobre a construção da ponte durante muito tempo (…) por fim, passaram a lenda, como a das fadas, Stoja e Ostoja e outras maravilhas semelhantes» – que se revelam ao longo de séculos nessa desditosa ponte transformada em lugar de passagem, de encontros, de conversas, de conspirações, de suicídios, de execuções; de trânsito de exércitos em debandadas, uma vezes, de desfilada de exércitos vitoriosos, outras vezes, testemunhando o desmoronar de Impérios e o surgir de novas nações, enquanto «a ponte sacudia de si, como quem sacode o pó, todos os traços que nela deixavam os caprichos humanos ou os acontecimentos efémeros e permanecia, depois de tudo passar, inalterada e inalterável».E nesse contar Ivo Andric´ lembra o grão-vizir Mehemed-Paxá que mandou construir aquela ponte sobre o Drina. É que o vizir era ele próprio bósnio de nascença, de uma cidade da montanha; e era um menino de dez anos de idade, cristão, quando os turcos o levaram para Istambul como tributo de sangue; mais tarde tornou-se almirante e genro do sultão. Mas «aquela estranha dor que trouxera da infância na Bósnia, na barca de Višegrad, o punhal negro, lancinante, que de tempos a tempos lhe cortava o peito em dois» nunca o abandonaria. Tal como a sua identidade bósnia que de vez em quando lhe fazia sentir que nele próprio vivia também um outro, constituindo a ponte que mandara construir aquilo que ligava as duas metades de si. Ora, Andric´ foi, também ele, um construtor de pontes, como ele próprio confessa numa crónica intitulada, precisamente, As pontes: «De cada vez que evoco as pontes vêm-me à memória não aquelas que eu atravessei, mas aquelas (…) onde o homem se confronta com obstáculos. (…) Grandes pontes de pedra, testemunhos de épocas esgotadas nas quais, se nelas tivesse vivido, penso, tê-las-ia construído de outro modo» [cit. por Predag Matvejevic, op. cit.]. Talvez, por isso, por não se rever nas pontes desditosas erguidas entre o Oriente e o Ocidente que, parece, já só o ódio consegue franquear, Ivo Andric´tenha nos últimos anos da sua vida preferido dar-se como desaparecido numa terra cavada pelos abismos negros de todos os nacionalismos.






Pedro Vieira

Vai haver mais fãs de fado desde pequeninos do que "amantes" do rugby quando fomos àquele mundial.

retirado do Irmaõ Lúcia

2011/10/30

Serie Europa segundo...

Os Estados Unidos da América...

Marshall McLuhan




Através do A. Teixeira e a propósito de Miró fui ter aqui onde encontrei esta citação, do cidadão em epígrafe:



"O «interesse humano» testemunha o momento em que o público passou a ser o espectáculo. Nesse momento, foi desencadeada uma revolução política radical, a do nascimento do meio de comunicação de massas. Esse meio de comunicação caracteriza-se por a mensagem não ser dirigida para o público, mas por entre o público, qualquer que ele seja. O público é simultaneamente o espectáculo e a mensagem."



O meu filho que é especialista em comunicação, insiste que este é o guru da dita, ponto final.


Apetece-me concordar. Pena que já não esteja cá para ver até que ponto ele tinha razão.


2011/10/25

Outra vez 1 ponto

Por 1 ponto perdeu Gales com a Africa do Sul e também contra a França.
Por 1 ponto perdeu a França contra os All Blacks na final.
Merecido o título algumas considerações:
Quem apresentou o melhor rugby foi Gales incluindo os All Blacks havendo ali "pano para mangas" para o futuro;
A falencia dos chutadores foi determinante para alguns resultados e até Willkinson não escapou á mediania. Não venham dzer que a culpa é da Gilbert e da bola porque conforme ficou aqui demonstrado já deviam estar habituados;
A supermacia das defesas sobre os ataques nos jogos entre equipas do pelotão da frente ficou evidenciada pelos magros resultados dos jogos;
O número de lesões foi grande. Quer as lesões musculares quer as substituições por lesões de sangue foram inúmeras. Isto leva à conclusão que o rugby se está a tornar cada vez mais físico e a requerer a atenção do IRB. Esta questão tem também muito a ver com a condição física e porte atlético dos jogadores. O tempo em que as linhas atrasadas eram os "fraquinhos" e os avançados "gordos e pesados" já passou. A mobilidade dos avançados melhorou incrivelmente sem lhe diminuir o peso e por outra lado a estampa atlética dos "fraquinhos" aumentou imenso sem lhes tirar a velocidade. Quer isto dizer que a capacidade de combate se uniformizou dando, provavelmente, origem a este rugby de permanente confronto fisico entre "iguais";
Outra questão a rever urgentementemente pelo IRB é a forma comosão encaradas as formações ordenadas. retiram dinâmica ao jogo, o que se passa entre as primeiras linhas é coisa condidencial entre as mesmas e, o árbitro e, por isso mesmo, o espectador não consegue perceber, na maior parte dos casos, qual a diferença entre uma derrocada da formação de forma acidental e uma provocada. O IRB tem um grupo de trabalho a estudar o problema mas é urgente que chegue a conclusões;
A excelencia dos árbitros foi evidente. Há no entanto algumas "nódoas". Vi algumas placagens altas que deveriam ser de imediato sancionadas disciplinarmente e alguns adiantados barbaros que ficaram por assinalar. O grande "pequeno" de Gales que o diga;

Muito agradável foi a prestação de António Aguilar. Aliando um conhecimento enciclopédico sobre os jogadores, as regras do jogo e as suas nuances táticas com uma capacidade de comunição notável, foi a confirmação de um dos melhores comentadores desportivos da televisão.

Finalmente, após dois meses de gozo a coisa acabou. O Seis Nações e o Super 15 ainda veem longe restando as finais da Curry Cup.

Ficamos com as prestações miseráveis da maior parte dos jogos de futebol e até a NBA está em risco de este ano não nos proporcionar um espetáculo desportivo de eleição.


Serie a Europa segundo...

...Berlusconi (clicar na imagem para ver melhor)




2011/10/17

Plano de acção

Com a devida vénia ao Jaime Bulhosa aqui se transcreve um post brilhante que, já agora, pode ser transposto , para qualquer área de actividade, nomeadamente a bancária que eu conheço bem.


Uma grande empresa do grande capital e do sector editorial, que a partir de agora, por uma questão de comodidade, passaremos a chamar de Editores SA, pensa, embora contrariada, investir milhões de euros na compra e remodelação de uma grande cadeia de livrarias. Como o investimento é muito elevado, a Editores SA não pôde deixar ao acaso uma decisão destas, encomendando por isso um exaustivo estudo prévio sobre os hábitos de leitura e os factores principais de influência na decisão de compra de livros impressos e digitais, bem como o respectivo Plano de Acção, para mais tarde poder pôr em prática essa extraordinária ferramenta de gestão que é o benchmarketing.A melhor empresa alemã de consultadoria, que a partir de agora designaremos como Consultores SA, foi contratada. A Consultores SA sentiu o peso da responsabilidade e do cliente e também ela não quis deixar ao acaso um estudo desta importância. Assim, colocou ao serviço do seu cliente os melhores recursos técnicos de research. Depois de consultados os melhores especialistas na área, como, editores, autores, escritores, críticos literários, doutores, engenheiros, etc., a Consultores SA definiu o problema, desenvolveu o plano de pesquisa, recolheu os dados secundários e primários, tratou os dados, analisou e interpretou. Após largas semanas de árduo trabalho, finalmente elaborou um Plano de Acção, que de imediato foi enviado à Editores SA. O Plano de Acção consistia num relatório de 1000 longas páginas, com os mais belos e coloridos gráficos, de linha, cone, esferas e paralelepípedos, tabelas e análises desenvolvidíssimas, resultados de sondagem e inquéritos à porta de livrarias, por telefone, Internet, aos universos mais completos dos leitores, por idades, sexo, classes sociais, habilitações, gostos e passatempos, etc., etc. Nunca se havia visto melhor estudo de mercado sobre o livro. Era tão completo, que se podia saber pormenores interessantíssimos, como por exemplo: homens de meia-idade, de classe social A, que usam ceroulas, lêem apenas livros religiosos; os que não usam roupa interior lêem apenas teatro; e os que usam lingerie feminina lêem Margarida Rebelo Pinto. Na Editores SA foi uma excitação: com este Plano de Acção ninguém os poderia bater. Decidiu-se então a compra e remodelação da cadeia de livrarias e, como acção publicitária, anunciou-se a construção da maior e mais moderna livraria do País. Reunido grupo de trabalho com os melhores arquitectos, directores de marketing, informáticos e gestores, e depois de quase todos os temas e problemas terem sido debatidos, foi lançada uma nova questão:

-Pessoal, como vamos dividir o novo espaço comercial em termos percentuais das diversas secções temáticas de livros?
- Como assim?
- Sim, em que temas vamos apostar mais - ciências sociais, ficção, infantil... -, enfim, que livros vamos vender.

Primeiro fez-se um silêncio confrangedor.

Depois cada um e ao mesmo tempo, com elevados decibéis, dava um palpite. Com um murro no tampo, o Presidente do Conselho de Administração, pôs ordem na mesa.

- Silêncio, por favor! Mas, afinal de contas, para que é que encomendámos o estudo de mercado?Resposta quase em uníssono:
- É verdade! o nosso Digníssimo Presidente tem toda a razão.Mandou-se buscar o estudo. Depois de alguns meses a tentar interpretá-lo - sim, porque a produtividade das empresas portuguesas é assim, a brincar a brincar, trabalhamos mais meia hora, por dia, que os outros -, chegou-se à conclusão de que o Plano de Acção nada dizia sobre o assunto ou, se dizia, nas suas longas páginas não se conseguia descortinar.

Ficou decidido passar a batata quente para a empresa de consultadoria, com o pretexto de se ter pago os olhos da cara por um Plano de Acção que era omisso relativamente a esta questão.
Exigiu-se um resumo que pudesse ser facilmente interpretado para esta matéria e em português, porque em alemão, não dava jeito.
A Consultores SA entrou quase em pânico, boquiaberta, com a excentricidade da exigência da empresa portuguesa, sintetizar não era o forte nem a missão da empresa de consultadoria alemã.

Reunido o conselho de emergência, debateu-se largamente o busílis da questão. Finalmente elaborou-se um novo Plano de Acção, desta feita o mais sintético possível, com apenas uma página, e que era lavrado nos seguintes termos:

Exmos. Senhores,
Conforme nos foi solicitado por vossas excelências, segue o relatório sintético do Plano de Acção. Propomos a seguinte divisão temática das edições e espaços comerciais (alertamos para a importância de não inovarem demasiado, pois o mercado actual obedece a esta divisão):

Grandes livros – 2%
Bons livros - 5%
Livros medíocres – 23%
Lixo – 70%

Nota: A escolha dos títulos aconselháveis não é da nossa responsabilidade. A Consultores SA, apenas aponta caminhos, nunca soluções.
Com os nossos melhores Cumprimentos.
Consultores SA

2011/10/12

Citações

Se o Paulo Bento fosse o Passos Coelho ou o Relvas a culpa deste mau jogo era do Queiros
Anónimo


Steve Jobs

Já li muito do que publicou sobre a vida e a morte do sujeito e muito mais ficou por ler.
Suspeito que, o cidadão, se lhe fosse dada a hipotese de ter acesso a tudo o que foi escrito, morreria oura vez, mas de gozo o que, dado o seu percurso, teria mais lógica do que passar-se por causa da merda de um cranco prancreas.
Aqui fica o que de mellhor se produziu até agora

2011/10/08

Mensagem de Sua Majestade

Vim aqui parar nem sei bem porquê.
Depois de ler a Mensagem de Sua Majestade aos cidadãos dos USA fiquei cliente.

Call me Alvaro


Estive hoje a assistir à prestação do Alvaro na Comissão Parlamentar (ou será para lamentar).
Só agora percebi o Principio de Peter.

PS: Felizmente que Melville não está cá para ver o enterro deste arremedo de Ishmael. 

Allez les Bleus


Com a colaboração de Julia Macias-Valet através do duas ou três coisas aqui se transmite o ambiente em França depois de derrotarem os "bifes"

Linguagem encriptada


O conteúdo deste post foi retirado do Camara Corporativa que (quase) toda a gente sabe na globoesfera o que representa.
Eu que na vida de informática foi confrontado com  acrónimos, muitos deles interpretados como conhecimento denso das matérias a que diziam respeito. Muitas vezes fui confrontado com apresentadores ou coordenadores de reuniões onde se falava de CICS, NIBAS, OBF, ATM, siglas completamente estranhas para os cidadãos participantes que, de qualquer modo e dada a putativa sapiencia do orador, não se atreviam a perguntar o que significavam.
Sem qualquer conotação politica aqui fica a transcrição de um post com graça (embora não seja essa a intenção do autor):

"Fontes geralmente bem informadas fizeram-nos chegar - em linguagem encriptada como seria de esperar num Governo com medo de escutas - os emails trocados entre os vários ministros durante o último Conselho de Ministros sobre o Orçamento do Estado para 2012. Uma pesquisa rápida no Google ajudou o CC a decifrar os acrónimos:

Defesa: S.N.A.F.U. (situation normal: all fucked up)

Saúde: F.U.M.T.U. (Fucked up more than usual)

Mai: T.A.R.F.U. (Things are really fucked up)

Educação: F.U.B.B. (Fucked up beyond belief)

Justiça: N.F.G. (No fucking good)

Segurança Social: S.O.S. (Same old shit)

Agricultura: S.S.D.D. (Same shit different day)

Economia: S.S.N.D. (Same shit, new day)

Negócios Estrangeiros: J.A.F.O. (Just another fucking observer)

Assuntos Parlamentares: F.U.B.A.R. (Fucked up beyond all recognition)

Email de resposta das Finanças, com bcc ao PM: S.H. (Shit happens)

Segunda-feira será o Dia D.

Aguardemos...

E agora o que faremos com esta equipa


Mais um bailarico.
Gales pôs a cabeça em água aos irlandeses que nunca foram capazes, contrariamente ao acontecido com a Austrália, de impôr o seu jogo de avançados à dinâmica "sulista" dos homens de vermelho.
Será que finalmente o treinador neozelandez conseguiu entrosar o raguebi de movimento com a capacidade fisica?
A defesa sempre atenta e sempre em cima da linha de vantagem, aliada a umas linhas atrasadas que vão dar que falar, Jamie Roberts, Jonathan Davies, Geoge North (se aquilo é um centro, vou ali e já venho) e o "eterno" Shane Williams esta equipa de "putos" promete vir a dar que falar.
Mas o que mais me agradou foi a ATITUDE. Garra, pundonor, empenho, vontade de ganhar sem recorrer a jogo manhoso, fizeram deste encontro o melhor que vi, até agora, no RWC.
Muito por culpa de Gales, a Irlanda nunca teve hipótese contribuindo apenas para um espetacular jogo de Rugby.
Assim vale a pena pôr o despertador para as 6 da manhã para ver em directo, mesmo tendo a hipótese de gravação.
Não dá a mesma pica.     

PS:  Caro A. Teixeira ás 6 da manhã o Hen Wlad Fy Nhadau  é completamente esmagador.

2011/10/04

RWC 2011


Aí temos nós o Norte contra o Sul ou os quatro primeiros do ranking dum lado e os quatro a seguir do outro.
Aceitam-se apostas mas eu coloco já a minha em conjunto com A. Teixeira.

Na final Reds vs Blacks

Quartos de Final

08/10 - 18:00 Ireland - Wales
08/10 - 20:30 England - France


09/10 - 18:00 South Africa - Australia
09/10 - 20:30 New Zealand - Argentina
 
PS: Horas locais

Daniel Carter



O facto mais relevante depois do fim de semana foi termos perdido Dan Carter.
Dan não precisa de apresentações. A sua carreira fala por si e o RWC fica mais   pobre.
É pena.

2011/09/29

O MAIS ESPECTACULAR JOGADOR DE RÂGUEBI DO MUNDO




A propósito do RWC e debaixo do título em epígrafe o A.Teixeira publicou um post que recorda dois "herois" de tempos diferentes. Obelix e Jonah Lomu. A comparação colhe.

A coisa levou a uma pesquisa muito interessante estimulada pelo Abraracourcix, último resistente à globalização selvagem. Também eu, só tenho medo que o céu me caia em cima da cabeça.

2011/09/26

Pizza

Por várias razões, nas quais a perguiça tem o maior quinhão, este post já deveria ter sido feito há bastante tempo.
De qualquer modo aqui vai.
A Joana, segunda filha do Zé Manel, casou com o Matteo, jovem de origem italiana. Até aqui, não só não vem mal ao mundo, como traz para Portugal, "skills" que de outro modo não se nos atravessaria a degustação.
Quando conheci o cidadão, o Zé, que é homem de palato fino, foi-me avisando que em casa da familia Cerruti se faziam umas pizzas de lamber os beiços. Fiz-me de imediato convidado.
Uns tempos atrás a propósito do aniversário do rebento mais novo do Matteo e da Joana, lá rumamos a Sines com a prespectiva de lauto repasto.
A coisa recomenda-se (muito).
Primeiro porque os Cerruti são gente encantadora com quem, imediatamente, se estabelece uma relação, não direi intima, mas de grande cumplicidade e à vontade.
Depois porque o espaço é confortavel e convida ao relaxe e ao convivio.
Bom. Vamos ao cerne da questão. As pizzzas.
Em primeiro lugar o forno foi trazido de Itália no porta bagagens de um carro de que não me lembro a marca e revestido a cimento após várias tentativas com outros materiais. É, depois, devidamente aquecido de modo a que as pizzas não estejam lá dentro mais do que uns poucos segundos (não cronometrei mas parececeu-me francamente curto o tempo de confecção), o que permite levar a massa a uma textura leve e sem queimaduras.
Aqui vai a reportagem fotografica desde o estender da massa, aos potes com os ingredientes, até ao resultado final). Curiosamente o galardão de melhor pizza foi atribuido a uma coisa que eu nem sabia que existia. Pizza de cebola (exclusivamente)

 


No final batemo-nos com um café, uma Frenet Branca aromatizada e eu deitei abaixo um "puro" Hoyo de Monterey Nº 4 que encerrou o repasto com pompa e circunstância.
Em fim de festa cantaram-se os parabéns ao pimpolho.
 Um grande abraço ao Gio e a toda a familia Cerruti.

PS: O post original dava a Joana como a filha mais nova do Zé Manel.
O texto já foi devidamente corrigido, mas, de qualquer modo, aqui fica o meu pedido de desculpas á Catarina para quem mando um grande beijinho.  

Discursos



Sempre achei que o Sr. Silva quando sorri parece que está a fazer força para cagar. Aquele esgar não engana ninguém.

Nos últimos tempos parece-me que anda a joga demasido xadrez com o alemão e já produz, sempre com o esgar atrás citado, pérolas de altissimo coturno.
O Tomás Vasques faz uma comparação com todo o sentido.
Aqui vai:

«Comemora-se em todo o país uma promulgação do despacho número Cem da Marinha Mercante Portuguesa, a que foi dado esse número não por acaso mas porque ele vem na sequência de outros noventa e nove anteriores promulgados....»

Presidente da República Portuguesa, Américo Thomaz.

- in revista Opção, ano II, n.º30

«Hoje reparei no sorriso das vacas, que estavam satisfeitíssimas, olhando para o pasto. Fiquei surpreendidíssimo por ver que as vacas avançavam, uma atrás das outras…»

Presidente da República Portuguesa, Cavaco Silva.










2011/09/25

Aniversário

Ontem o Zé fez anos.
Para além do evento que, por si só é de realçar, conta o resto.
Encontrar gente que constrói, sempre que se encontra, um espaço de liberdade, de intervenção e de diálogo, sem limites, falsos pudores e pruridos do politica ou socialmente correto (perdoa-me Zé pela falta do c, mas agora é assim que se escreve) é sempre algo que me deixa um perfume de felicidade na pele que raramente encontro.
Isto só é possivel porque o Zé e a Orlanda, cujo papel não deve ser menosprezado (antes bem pelo contrário), disponibilizam o seu sítio sem barreiras.
Não conheço nenhum outro espaço privado ou público onde a liberdade seja exercida desta maneira.
Este é o seu ADN e, obviamente, o dos que o frequentam.
Bem hajas irmão.

Beijinhos

PS: Seria injusto não realçar o repasto que, sem elogios fáceis, foi de altissimo coturno.
Orlanda, podes fazer mais vezes que já estou a salivar a pensar na próxima revienga.

O Losango ou O melhor ensaio de sempre

Aprender com quem sabe e refrescar a memória.
Sempre considerei que a melhor dupla de médios que até hoje vi, era constituida por Phill Bennet e Gareth Edwards do País de Gales, nos idos dos anos 70.
Vem isto a propósito do post colocado por João Paulo Bessa  sobre a dinamica do Losango e, o que ele considera,  O melhor ensaio de sempre.
Não sei se tem razão mas que é bonito é.

2011/09/21

Código de Honra

O post que a seguir se transcreve foi publicado no xvcontraxv pelo João Paulo Bessa e contém as regras básicas que qualquer desportista deve observar.
Empenho, pundonor, agressividade, respeito pelo adversário, observância das regras e leis do jogo.
É por si só algo que deveria figurar no cacifo de um desportista em lugar de destaque.
Aqui vai:

Há uma mania justicialista no desporto – fora e dentro do campo – que não pertence aos seus códigos.

O desporto, e portanto o rugby, exigem, para a sua existência, uma suspensão temporária do quadro legal civil estabelecido e a sua substituição por regras comuns e previamente aceites entre os participantes – as Leis do Jogo – e que terão a duração temporal da competição em causa e que se repetirão tantas vezes quantas as desportivamente necessárias.
[diga-se a-propósito que esta suspensão apenas diz respeito aos intervenientes directos e, ao contrário do que parece julgar-se, não é extensível às bancadas dos espectadores – o que inclui, naturalmente, as claques e os seus comportamentos deploráveis]
Mas a suspensão que o jogo desportivo exige não inclui a licença de justiça pelas próprias mãos – por isso ser a resposta a uma agressão também penalizada. Mas estes conceitos que parecem elementares são, bastas vezes, adulterados por jogadores, espectadores e, também, por comentadores a quem a distância deveria possibilitar a frieza da análise correctora.
Portanto, seja qual for a falta que um jogador cometa ou esteja a cometer, não é permitido ao adversário impor-lhe qualquer punição.
Mas no rugby há, muitas vezes ou em muitos, uma visão marcadamente machista e pretensiosamente ética que pretende admitir a existência e validar correcções. É o espírito do jogo, gostam de dizer. Mas não é: não há princípios ou valores do rugby que o suportem.
No recente Gales-Samoa, um jogador samoano entreteve-se olimpicamente a pisar, trepando-lhe pelas costas, um galês que, no chão, impedia a saída da bola. O árbitro marcou falta favorável a Gales e não mostrou – como deveria – o cartão amarelo ao samoano agressor. O comentário televisivo defendeu de imediato a legalidade do consciente pisotear: a lei permite pisar um jogador que esteja a impedir a saída da bola.
Não permite! Não é verdade e não há qualquer cobertura legal no gesto. Cito as leis do jogo:

Lei 16.3 – Rucking

(f) Os jogadores participando no ruck devem usar os seus pés para jogarem a bola - acção de rucking – e não para atingir os seus adversários no solo. Os jogadores efectuando o rucking com intenção de jogar a bola, devem tentar passar sobre os jogadores caídos no solo e não devem pisá-los intencionalmente. Os jogadores efectuando o rucking devem fazê-lo perto da bola. (P.P.)

PENALIDADE:

Pontapé de penalidade por Jogo Perigoso

Mais claro, não pode haver. O rugby é um jogo colectivo de combate com regulamentos que lhe garantem a lealdade e o desportivismo - e não há qualquer visão de jogo de cavalheiros que os possa transformar em justiceiros.
 
Nota Final: O João Paulo  etiquetou o post  como Código do Rugby. Eu preferi chamar-lhe, generalizando "Código de Honra"

2011/09/20

João Paulo Bessa

O percurso do João Paulo Bessa como atleta, treinador e dirigente desportivo, sobretudo na área do Rugby mas não só, não sofre contestação.
A propósito do RWC 2011 edita um blog a ter em conta.
Chama-se xvcontraxv.

Já agora apenas uma nota de saudade.
Faz exactamente 4 anos que eu, o Raúl Patrício, outro importante do rugby português, quer como jogador quer como treinador, o João Paulo e o António Catarino, infelizmente desaparecido que, embora nunca tenha jogado, era um fervoroso adepto e conhecedor da modalidade como, aliás, de quase todos os desportos, estivemos em Lyon com o fito de assistir ao confronto entre os All Blacks e Os Lobos.

A jornada incluiu muito de social do qual destaco um almoço, muito bom, de especialidades lyonesas e a visita às ruínas da mais antiga igreja católica do ocidente (àparte Roma).
Aqui se documenta a excursão.
Na primeira foto está o António à esquerda e o Raul de frente, eu de lado.
Na segunda a memória descritiva do local.
Na terceira o João Paulo está á direita.
Salut, mon vieux Antoine.




2011/09/19

Se Gales matou o cabrito, a Irlanda matou o quê?

E os "oito" da frente, particularmente aquele trio da primeira linha, cilindradaram (literalmente) o pack da Australia.
Provavelmente ainda hoje estão a perguntar se alguém tirou a matrícula do camião que os atropelou.

E Gales matou o cabrito


Finalmente Gales ganhou a Samoa, com a contribuição habitual do "baixinho", prespectivando-se um apuramento mais do que merecido.

2011/09/15

O Livro

Uma notícia roubada ao José Mário Silva e um cartaz roubado ao José Pacheco Pereira, ou ainda, tá tudo louco.

2011/09/11

Desporto, RWC 2011

Os dois primeiros dias do RWC mostraram que as equipas de topo têm tido dificuldades inesperadas para ganhar a equipas teoricamente inferiores nomeadamente os Springboks que se viram "gregos" para ganhar aos "putos" de Gales. Eu que sou adepto (no Hemisfério Norte) da rapaziada de Cardif quase me levantei (caí) da cadeira aquando das duas tentativas de drop (pricipalmente a segunda) infelizmente falhadas de Pristland.
Os Springboks estão cansados e sem motivação (velhos). Ainda por cima perderam Matfield e De Villiers. Espero que recuperem.
Bom jogo entre a Inglaterra e a Argentina mais pelo empenho do que pela técnica. Muitos handling errors(!), muitas faltas e um jogo chato e confuso. Estas duas equipas assim não vão a lado nenhum.
Falencia completa dos chutadores de serviço, nomeadamente Wilkinson que, se tivesse outro nome ia mais cedo tomar banho.
Azar dos argentinos que ficaram sem Contepomi.

O outro 11 de Setembro



Há muitas efemérides associadas ao 11 de Setembro.

De todas elas (algumas surpreendentes como esta ou esta) é impossivel esquecer o 11 de setembro de 2001 e é igualmente inesquecível, o 11 de setembro de 1973 data em que morreu o presidente eleito do Chile Salvador Allende durante o bombardeamento do Palácio de La Moneda que deu início ao golpe militar que levou ao poder o ditador Pinochet dando origem a uma das mais cruéis e sanguinárias ditaduras do sec. XX.
O 11 de setembro de 2001 tem sido profusamente lembrado e documentado nos últimos dias.
Justamente.
O 11 de setembro de 1973 não teve uma única referência (que eu tenha visto ou lido, incluindo a blogoesfera).
Indecentemente
As únicas referências de relevo (escolha minha) foram encontradas aqui e aqui. São de Cuba e do Brasil. E então? Eu sei que os tempos são outros mas convém não ter memória curta.

2011/09/09

Rugby World Cup 2011



Começou hoje o evento desportivo do ano, com uma cerimónia de abertura digna contendo os elementos que caracterizam aquela zona do globo.
O jogo inaugural não foi de grande recorte técnico, diria até que os All Blaks fizeram a sua obrigação sem brilhantismo.
Muitos erros técnicos no manuseamento da bola, pouco discernimento no ataque continuado apenas nota muita boa no contra-ataque. O Carter falhou dois pontapés faceis (atendendo o seu nível) e o Richie Maccaw não foi o jogador determinante que costuma ser.
Boa réplica de Tonga na segunda parte, mas apenas isso.
Emocionantes os 10(!) minutos de ataque a 3 metros da linha de ensaio por parte de Tonga. Não percebo porque é que árbitro não concedeu um ensaio de penalidade.
O All Blacks terão que fazer melhor se querem levar de vencida a Austrália que irão (em principio) defrontar na meia final.

2011/09/01

Ferreira Fernandes

As conferências de imprensa de Vitor Gaspar têm "sobre a sociedade portuguesa o mesmo efeito que uma consulta à próstata causa a um cinquentão"

Tirado daqui

2011/07/09

Moody's

Seguindo a corrente iniciada por José Mário Silva enviei este mail para os FDP.
Sirs,
You’re ruining my country (Portugal) out of pure prejudice and speculation.
Shame on you!
Fernando Frazão
De volta recebi esta resposta politicamente correto:
Please feel free to contact us or reply to this email if you need any further assistance.

De imediato apeteceu-me responder com o livrinho dito pelo Samuel L. Jackson, também por sugestão JMS.

2011/06/25

Fim de semana

O fim de semana passado foi passado em casa do Zé Manel e da Orlanda. Mais que amigos eu o Zé somos irmãos com um longo passado comum . Tirámos os calções juntos e desde aí temos muitas histórias para contar. Qualquer dia ponho-me a isso.
Adiante.
As meninas foram trabalhar p´ró bronze

e os homens p´rá a cozinha (Sempre tive a opinião que a comida é uma coisa demasiado importante para a deixar nas mãos das mulheres).

A propósito de uma picanha por mim comprada de origem irlandesa (não é só a Guiness o Jameson, a música e o Rugby que nos unem) o Zé elaborou o acompanhamento de que a seguir se dá conta:

Açorda de Grão
Ingredientes:

Duas latas de grão de bico já cozido;
Duas cenouras;
Duas cebolas médias;
Quatro ovos (só as gemas)
Duas cabeças de alho;
Coentros qb;
Azeite qb;
Vinagre qb.

Confeção

Cozer as cenouras e as cebolas muito bem em pouca água (utilizamos a água das latas grão;


Quando estiverem bem cozidas junta-se o grão de modo a cabar de cozer;
Escorre-se a água e reserva-se;
Esmaga-se de grosseiramente (não triturar) de modo a formar uma papa;
Num tacho ao lado faz-se um piso com os alhos e os coentros partidos finamente;

Leva-se o piso ao lume em azeite como se fosse um refogado, mistura-se a papa e embrulha-se bem;
Se estiver muito seco junta-se um pouco da água da cozedura de modo a dar a consistencia pretendida);
Depois de tudo isto misturam-se as quatro gemas de ovos e embrulha-se;
No fim regar generosamente com vinagre (a gosto).
Ao mesmo tempo assa-se a picanha.

Serve-se imediatamente acolitando as fatias fininhas e em sangue da picanha.


Muito bom.

PS: O repasto foi acompanhado com um tinto Ermelinda Bag-in-the-Box
PSS: O efeito final (açorda+Ermelinda) deu lugar a este espetáculo, como direi, um pouco degradante:

Diário de um tripulante

Por mero acaso vim parar aqui.
O Rafel Santos tripula um "amarelo" da Carris e é, claramente, um contador de histórias tendo muitas para contar. Quem diria que tem só 27 anos.
O seu blog fez-me lembrar um outro que fazia tempo não visitava e do qual já dei conta aqui. Desta feita o "fogareiro" tripula um táxi e, tal como o Rafael, tem histórias para contar.
A não perder. Ambos.

2011/05/31

A Turma da Mónica



Nunca fui fã da Turma da Mónica que sempre achei uma imitação inferior dos Peanuts ou da Mafalda
No entanto quem imaginaria que, um dia, o Cebolinha se apaixonaria pela Mónica e fosse correspondido.
Tirado daqui

Energia Nuclear


A propósito desta notícia

A Angela merkel anda a aflita com as centrais nucleares porque os alemães com a sua habitual paranoia em relação a estas questões deram vitórias esmagadoras aos Verdes que têm feito disto uma bandeira e infligido ao seu partido sérias derrotas eleitorais.
Acontece que 23% da energia produzida pela Alemanha provem de Centrais Nucleares.
Gostava de saber onde é que a sra. Merkel e, já agora, os Verdes, vão buscar esta quantidade tremenda de Megawatts através de "uma energia do futuro segura, mas também economicamente viável".
Do que é que estamos a falar?
Novas centrais a fuel? Barragens? Mais eólicas.
Tá tudo doido.

2011/05/22

Serie Jardins Improváveis IX


Pobrezinho mas honesto.
Algures em S. Domingos de Rana

Serie Jardins Improváveis VIII



Os meus (antipáticos) ex-vizinhos decidiram ornamentar a varanda.
Algures em Cacilhas (Almada).

Hill Street Blues

A novissima FOX Black está retransmitir a minha série policial favorita de sempre:
A Balada de Hill Street. Começou bem, diria até muito bem.
O "gang" do Capitão Furillo está de volta e nunca como hoje o mote do briefing matinal faz sentido (you know what I mean).

Feira do Livro


É por estas e estas e ainda algumas mais que há muitos anos não frequento a Feira do Livro
Caro Jaime, para quando a Associação de Livreiros Independentes?

2011/05/20

Groucho Marx

Outside of a dog, a book is a man’s best friend. Inside of a dog, it’s too dark to read.
Groucho Marx

2011/05/18

As Aventuras de Tintin

Realizado por Spilberg a coisa promete.
A ver.

2011/05/10

Torre de Babel

Mais um motivo para visitar a fantástica cidade que é Buenos Aires.
A noticia é retirada do JN

Uma Torre de Babel com 25 metros de altura, construída em espiral com 30 mil livros de todas as línguas, foi erigida numa praça do centro de Buenos Aires por iniciativa da artista argentina Marta Minujin.
"A ideia é unir todas as raças através do livro", explicou a artista sobre a sua obra monumental que será inaugurada, próxima na quarta-feira, e "existirá" na praça San Martin até ao final do mês.

A artista decidiu criar esta Torre de Babel, porque Buenos Aires é a Capital Mundial do Livro 2011, proclamada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

A partir de quinta-feira, os seus sete andares podem ser subidos gratuitamente por grupos de até 100 pessoas e a visita será acompanhada por uma banda sonora criada por Marta Minujin, que dá a ouvir a palavra "livro" em todas as línguas do mundo.

Perto de metade dos livros que serviram de "tijolos" para a construção da torre foi oferecida por 50 embaixadas em Buenos Aires, mas a outra metade vem de doações de milhares de pessoas mobilizadas graças a uma campanha pública para esta "obra de participação maciça", nas palavras da artista.

No último dia de exposição da peça, 28 de Maio, os visitantes podem escolher um livro na língua da sua preferência e levá-lo.

2011/05/09

Barak Obama

"Barak Obama is rhe first black man in history to have to prove he killed someone".

Via Shyznogud

2011/05/03

Serie Grandes Inícios VIII

Call me Ishmael.

Herman Melville, Moby-Dick, 1851

White House's Correspondent Dinner


Só nos USA é que um presidente consegue fazer um discurso assim.
A cereja em cima do bolo é a maneira como ele arrasa Donald Trump, presente no jantar.
Compare-se com o bimbo que temos que, quando sorri, parece que está a fazer força p´ra cagar.

Livro Digital


Um bom exemplo do que pode ser um livro digital.

2011/05/02

Otimismo/Pessimismo


Um otimista é um pessimista mal informado

2011/05/01

Miguel Relvas e Jornalistas(?)

Absolutamente fantástica esta peça da autoria do jornalista(?) Adelino Cunha no JN.




Verão de 2007. Marques Mendes e Luís Filipe Menezes preparavam-se para uma luta fratricida pela chefia do PSD e Miguel Relvas já antecipava um fim inglório para ambos. Convidou Pedro Passos Coelho a sentar-se numa mesa discreta do restaurante Il Gattopardo, em Lisboa, junto às Amoreiras, e disparou: «Isto tem todos os ingredientes para correr mal e o PSD vai fechar um ciclo. Não achas que está na hora de voltares à política para liderares um projecto novo?»Hoje, Miguel Relvas ocupa um gabinete no número 9 da Rua de São Caetano à Lapa. No gabinete existe uma aparelhagem de som. No topo de uma pilha de discos repousa Mamma Mia. É uma das bandas sonoras que utiliza antes da habitual sesta diária de 15 minutos. Coloca os pés em cima da secretária e deixa tocar em fundo a mesma canção dos ABBA que tinha na cabeça naquele encontro quando desafiou Pedro Passos Coelho para se assumir como líder do PSD. «Voulez-vous? Ain't no big decision, you know what to do, la question c'est voulez-vous, voulez-vous?» Foi, afinal, esse o desafio que lhe lançou, mas fê-lo em português. «Queres ser líder do PSD e primeiro-ministro de Portugal?»Isto era mais do que uma pergunta: era uma proposta de aliança. «O Pedro tem esta certeza sobre mim: sabe que farei tudo para que ele ganhe e sabe que nunca mais trabalharei por ninguém assim no PS», garante agora, sentado na varanda do gabinete.Passos Coelho já conhecia seguramente a letra dos ABBA antes de entrar no restaurante para o almoço com Miguel Relvas. A canção estava na moda quando os dois amigos frequentavam os bares do Bairro Alto nos velhos tempos da JSD e das borgas abrasivas. «Take it now or leave it», insistia a banda. Passos pediu um tempo para pensar melhor.O povo social-democrata trocava entretanto o estilo bem medido, mas «cinzento», de Marques Mendes pela paixão de Luís Filipe Menezes. No dia seguinte à eleição do autarca de Gaia para líder do partido já os coros sacros do PSD afinavam um requiem contra o «populismo». Passos Coelho ligava para Miguel Relvas dias depois: «Vamos a isso», disse-lhe. Os dois acordaram de imediato construir um novo modelo de liderança assente numa ideia de renovação geracional. Queriam atrair novas ideias e contributos da sociedade civil, passar uma mensagem de esperança. «O Pedro estudou e leu muito, conversou com inúmeros académicos e empresários. Depois escreveu um livro com as suas ideias [a autobiografia Mudar, baseada na história pessoal do candidato]. É um trabalho de preparação nunca feito antes por um político em Portugal», garante Miguel Relvas. O resto, sabia ele, era imagem e comunicação - a praia de Relvas. A música dos ABBA continuava a ecoar: «And here we go again».A primeira viagemMiguel Relvas, a quem já chamam o papa de Passos Coelho e seu vice-presidente, é o mais velho de três irmãos. Nasceu em Lisboa em 1961, na Clínica São Miguel, e seis meses mais tarde aterrou em Angola com os pais. O pai começara a trabalhar como gestor e a mãe abandonara a perspectiva de uma carreira de enfermeira para acompanhar o marido. Naturais de Portalegre, os Relvas tinham acordado que os filhos nasceriam em Portugal, mas depois tentariam uma vida em África. Os planos começaram por correr bem, mas uma deficiência de visão acabou por forçar Miguel Relvas a frequentes viagens para a metrópole. Os prolongados tratamentos na infância ajudaram a reduzir os problemas na vista esquerda, mas provocaram sequelas para o resto da vida na vista direita.O segundo irmão nasceu em 1969 e o terceiro em 1972, mas o 25 de Abril forçou a separação da família. Os pais mantiveram-se em Angola, mas decidiram então mandar os filhos estudar em Portugal. Os três rapazes seguiram viagem para o Colégio Nuno Álvares Pereira, em Tomar. A cidade dos Templários tornou-se na terra de afinidade de Miguel Relvas. A adolescência ficou marcada pelas festas que organizava com rapazes e raparigas do colégio interno. E também pelas lutas pelo controlo político da associação de estudantes. Acabou por se inscrever na JSD aos 19 anos, inspirado pelo carisma de Francisco Sá Carneiro, dias depois do acidente que matou o primeiro-ministro.Relvas ainda não sabia mas esse haveria de ser o começo de uma longa carreira política que mais tarde o levaria à liderança do partido. Começou por tomar as estruturas do PSD em Santarém. Tornou-se amigo de Carlos Coelho, Pedro Pinto e Passos Coelho. Uma geração de jotinhas muitas vezes excessivos, célebres por recusarem a submissão ao cavaquismo paternalista - nomeadamente na questão das propinas.A ligação a Tomar levou-o à presidência da assembleia municipal da autarquia por mais de uma década e a energia telúrica dos Templários favoreceu a sua iniciação maçónica. «Os valores com os quais nos identificamos na vida apenas são perceptíveis pelos nossos comportamentos. Sejam os valores da Opus Dei, da Maçonaria ou de uma confissão religiosa, qualquer que ela seja», defende. Esta ideia condiz com o Miguel Relvas que tem medo da morte e da solidão e que alimenta o desejo secreto de descobrir a imortalidade. «Há tanta coisa para fazer na vida que eu recuso-me a deixar de sonhar e continuo a sonhar todos os dias», confidencia. No partido, conseguiu, aos poucos, construir uma forte teia de relações que o tornou um poderoso chefe partidário. Chegou a deputado em 1985 e entrou pela primeira vez para o governo com Durão Barroso, em 2002, como secretário de Estado da Modernização Administrativa - mais um cargo que lhe haveria de aumentar a densidade das relações, dentro e fora do partido. Afastou-se conjunturalmente da intendência partidária com a ascensão de Marques Mendes à liderança. Começou por se convencer de que o sucessor de Santana Lopes no PSD seria capaz de se manter no cargo durante toda a primeira maioria absoluta do PS. Pensou que assim teria tempo para ajudar Passos Coelho a tornar-se no seu candidato a líder do PSD e a primeiro-ministro no ciclo seguinte. Mas, logo em 2007, Luís Filipe Menezes saltou dramaticamente para a liderança do partido e Relvas sentiu que o tempo acelerara. Chegava o tempo de Passos Coelho sinalizar o seu caminho. E ele assim o fez. Começou por aparecer no congresso de Torres Vedras diante dos congressistas do PSD a explicar que o partido precisava de um chefe que desejasse tomar o poder, mas para mudar alguma coisa no país. «Sim, queremos o poder, mas para fazer o quê?» Passos sabia de onde é que o PSD estava a partir e achava que conseguia antecipar onde chegaria. Tal como na canção dos ABBA.Os congressistas que fingiram ignorar esta interpelação na entronização de Luís Filipe Menezes foram os mesmos que uns meses mais tarde aplaudiram Manuela Ferreira Leite no congresso de Guimarães sem prestar atenção à repetição do repto. «Sim, queremos o poder, mas para fazer o quê?», insistiu Passos Coelho. A verdade é que estes sôfregos congressistas foram os mesmos a aplaudi-lo nervosamente no congresso de Mafra dois anos mais tarde.O Mourinho de PassosPassos Coelho estava sentado ao lado da mulher no sofá de sua casa em Massamá quando foi surpreendido pela demissão de Luís Filipe Menezes. O homem do Norte renunciou à liderança do PSD com estardalhaço numa quinta-feira de Abril de 2008. Passos não precisou de ouvir as declarações até ao fim. Virou-se para Laura Ferreira e disse-lhe, sem exagerar nas notas agudas, que iria ser candidato a líder do PSD. Não queria fossilizar-se como «o eterno discordante». Depois, pegou no telefone e ligou para Miguel Relvas: «Chegou a hora. Vamos a isto.» Apanhou-o a meio de uma viagem. «É preciso que venhas já embora», insistiu Passos Coelho.Isto dito assim parece uma bagatela, mas Miguel Relvas estava na África do Sul com a mulher e tinha uma partida marcada no dia seguinte para ver as célebres cataratas Vitória, no Zimbabwe. Três dias de puro lazer em África para ver os cem metros da maior queda de água do mundo. «Já tinha pago as passagens do avião e a estada. Desmarquei tudo, perdi o dinheiro e regressei de imediato para Portugal para o ajudar.» Ficou também com a maior factura de telemóvel da sua longa e íntima relação com o BlackBerry. «Gastei 1300 euros nas conversas com o Pedro.»Conseguiu aterrar em Lisboa à hora do almoço de sábado para combinar o arranque da estratégia de ataque. Passos Coelho comprometeu-se a dar um impulso decisivo ao movimento Construir Ideias e Miguel Relvas lançou a infantaria ligeira na conquista de posições estratégicas no aparelho do PSD, em sintonia com Marco António Costa e Carlos Carreiras.Passos Coelho acreditava nessa altura ser possível derrotar Manuela Ferreira Leite. Estávamos em Maio de 2008, faltava pouco mais de um ano para as eleições legislativas e os primeiros sintomas da grave crise financeira começavam a desmontar o mito de invencibilidade de José Sócrates. Havia uma certa ideia de que o PS poderia perder a maioria absoluta em Setembro de 2009, mas uma vitória do PSD continuava a ser improvável.Miguel Relvas sabia que, tacticamente, naquela fase só precisavam de uma derrota com futuro. Dito de outra maneira, se Passos Coelho obtivesse trinta por cento dos votos do PSD estavam criadas as condições para que o projecto vencedor se tornasse imparável na fase seguinte.Santana Lopes atravessou-se num tempo que já não era o seu e interiorizou uma candidatura impregnada de um certo fatalismo místico. Permitiu a vitória de Manuela Ferreira Leite com a contrapartida de se candidatar novamente à Câmara de Lisboa em Outubro desse ano. O acordo destes silence partners deixava claro que Passos Coelho seria o inevitável sucessor na liderança do PSD. Miguel Relvas só ainda não sabia era quando. «Se o Santana não tem avançado, tínhamos ganho à Manuela», garante agora.A primeira mulher a chegar à liderança do PSD alcançou 37,6 por cento dos votos contra os 29,8 por cento de Santana Lopes que assim falhou a primeira de várias conturbadas descidas à Terra. Miguel Relvas ficou contente: Passos Coelho obteve os desejáveis 31 por cento: menos três mil votos do que a vencedora num universo de 44 mil eleitores.O seu destino estava iluminado e ficou ainda mais claro quando Manuela Ferreira Leite o excluiu das listas de candidatos a deputados justificando que não podia meter uma raposa no seu galinheiro. Elegeu-o involuntariamente nesse instante como seu sucessor. Bastava agora a Miguel Relvas esperar pela derrota da «dama de ferro» e cumprir a promessa do Il Gattopardo.Não deixou de trabalhar para isso. Continuou a olear as estruturas junto dos líderes das maiores distritais do PSD para traçar alianças futuras, tratou da logística das iniciativas de Passos Coelho com a sociedade civil. Fez o que melhor faz, nos tempos livres como na política: cozinhar. Miguel Relvas não só gosta de cozinhar para a família e para os amigos como se convenceu de que é um cozinheiro «muito bom». «Se eu cozinhasse estratégias políticas da mesma forma que cozinho, seria imbatível.»Pressão altaQuando desafiou Passos Coelho a assumir-se candidato a líder do PSD, Relvas não se esqueceu de que já tinha tido a mesma conversa com Nuno Morais Sarmento. Quer dizer, Miguel Relvas esqueceu-se, mas esqueceu-se porque no seu íntimo nunca acreditou que o antigo e poderoso colega de governo quisesse avançar em campo aberto. «Aprecia que falem dele, mas a sua vontade não tem sido trabalhar para uma candidatura a líder. Eu sabia disso, mas primeiro conversámos, é verdade», admite. «Disse-me que pretendia continuar a ter uma intervenção política, mas noutros termos.» É preciso querer ser líder para realmente sê-lo, mas acima de tudo é preciso trabalhar muito para provocar essa oportunidade. Miguel Relvas desistiu de convencer Nuno Morais Sarmento e este reforçou o seu poder de influência como out spoken. Ficou uma certa tensão entre ambos.Relvas apostou em Pedro Passos Coelho por acreditar que tinha as condições necessárias para essa construção e mais uma: tinha vontade de ser líder numa altura em que o seu quase homónimo Alexandre Relvas contava com a simpatia velada de Cavaco Silva e Rui Rio animava os sonhos messiânicos dos barrosistas.A derrota apertada de Manuela Ferreira Leite nas legislativas de 2009 tratou de soltar as habituais divergências conjugais na São Caetano à Lapa. Mas Pedro Passos Coelho lá conquistou a liderança, apesar das rivalidades domésticas. O nervo da vitória - mais de sessenta por cento dos votos - deixava pouca margem para dúvidas.Amigos como dantes Agora, a São Caetano à Lapa é de Passos Coelho e dos seus acólitos. E, entre estes, Relvas é o que goza de mais proximidade e até intimidade com o líder. O suficiente para que, num dia difícil em que acabou de chegar de um encontro viril com José Sócrates por causa do resgate financeiro do país, Passos atire despreocupadamente ao amigo: «Tens o cabelo diferente, Miguel. O que é que fizeste?» Interrompendo a combinação do habitual almoço com Miguel Macedo, o secretário-geral do PSD ensaia uma resposta de algibeira: «Mudei de shampô, deve ser isso. Mas já se nota?» O líder sorri, com a franqueza só possível em dois amigos de longa data. «Não é isso, o cabelo está diferente», e os dedos avançam à frente das palavras na direcção da cabeça do secretário-geral. «Estás a dizer que estou melhor?» Passos concorda: «Se era para ficares melhor, ficaste.» Riem os dois.É esta cumplicidade que permite mudar de imediato a conversa para um registo sério quando desatam a acusar José Sócrates de ter entrado por uma política de terra queimada e assumem que a entrada do FMI em Portugal será acompanhada por medidas de austeridade muito severas. Alguém terá de dizer na campanha eleitoral que nem toda a gente pode continuar a ter carro próprio e que os transportes públicos serão mais caros para que as empresas sejam financeiramente saudáveis. Alguém terá de assumir que o espaço de manobra para um governo português governar Portugal é pouco. Alguém também terá depois de explicar ao povo social-democrata se não teria sido melhor manter os socialistas a assar em lume brando até ao Orçamento do Estado para 2012. «Talvez fosse melhor para o PSD, mas seria pior para Portugal e nós nunca perdemos de vista a defesa do interesse nacional», antecipa Miguel Relvas.Relvas e Passos já não são os rapazes da JSD que iam para os encontros com Cavaco Silva vestidos com calças de ganga coçadas, depois de uma noitada no Bairro Alto a cantar fados e seduzir raparigas. Conheceram-se em 1983, na JSD, e ficaram logo amigos. As noites começavam em jantares na Adega do Ribatejo e acabavam frequentemente com Passos Coelho a cantar fados. Percorriam depois o Bairro Alto pelos bares mais próximos, passando pelas Necessidades e terminavam perto da Assembleia da República a comer sanduíches de carne assada à espera do início da manhã. Foi numa dessas noites que o actual líder do PSD conheceu uma das cantoras das Doce no Happening Bar. O romance com Fátima Padinha começou no jantar do dia seguinte, quando combinaram começar a viver juntos. Relvas ainda se diverte quando recorda estes tempos e se aventura em breves descrições das voltinhas no Opel Corsa de Passos Coelho.Quando Passos Coelho ascendeu a líder nacional da JSD, Relvas acompanhou-o. Foram os anos da brasa marcados pela guerra das propinas e pela tentativa de submeter os jotas ao providencialismo histórico do homem do leme. As divergências entre Passos Coelho e Cavaco Silva datam desses tempos e nunca mais se resolveu o azedume. Foi, curiosamente, o estertor do cavaquismo que provocou uma curiosa divergência política. Miguel Relvas apostou na vitória certeira de Fernando Nogueira e Passos Coelho equivocou-se no apoio a Durão Barroso, do qual ainda hoje guarda um sabor amargo.Quando agora põe os pés em cima da secretária e liga a aparelhagem para ouvir a banda sonora do filme Mamma Mia, Relvas sabe que a sesta será breve, porque o seu amigo há-de entrar pela porta do gabinete na sede do PSD a qualquer instante, ou o telemóvel tocará por um qualquer motivo. Não se importa. Ligou o seu sistema nervoso central a um único objectivo: construir o próximo primeiro-ministro. «O Pedro sabe que estou a fazer tudo para que ele seja primeiro-ministro e também sabe que devo ser a única pessoa no PSD não quer o lugar dele. A minha carreira política terá o prazo de validade da dele.»7 cargos 1.Secretário-geral da JSD (1987-1989)2.Deputado (1985-2009)3.Líder do PSD de Santarém (1995-2002) 4.Secretário de Estado da Administração Local (2002-2004)5.Presidente da mesa da Comunidade Urbana do Médio Tejo (2004-2009) 6.Presidente da comissão parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações (2005-2009)7.Secretário- geral do PSD (2004-2005 e 2010-...) 7 segredos1.Vai ao ginásio todos os dias. Aos fins-de-semana corre em Belém.2.Gosta de identificar as companhias áreas dos aviões quando começam a descer para aterrar em Lisboa.3. Cozinha para a família e para os amigos mais próximos. 4. Tem uma estátua de São Bento no gabinete de trabalho e duas fotografias da filha. Filipa, de 18 anos, é adepta fervorosa do Benfica para grande desgosto do pai, sportinguista. Tem um lugar no camarote de Rui Gomes da Silva. O pai acha que a filha é do Benfica «só para me chatear».5. Dorme cinco horas por noite. 6. Foi iniciado da Maçonaria através do Grande Oriente Lusitano.7. Toma o primeiro pequeno-almoço em casa às sete da manhã. Come duas maçãs a meio da manhã. Nunca almoça ou janta sozinho. Está de dieta. E come peixe cozido todos os dias. Nada de pão ou vinho. Já perdeu seis quilos em mês e meio. Deixou de fumar depois de uma «ameaça» de ataque cardíaco.7 restaurantesMiguel Relvas elaborou uma lista com mais de quinhentos restaurantes divididos por regiões e por especialidades gastronómicas.1.Bife com batatas fritas - XL (Lisboa)2.Arroz de costela de vinhas d"alhos - Horta dos Brunos (Lisboa)3.Pataniscas de bacalhau - Solar dos Presuntos (Lisboa)4.Posta à mirandesa - O Artur (Torre de Moncorvo)5.Alheira com ovo - DOP (Porto)6.Sopa de feijão - Veneza (Paderne/Algarve)7.Perdiz na púcara - A Lareira (Mogadouro)Sondagens diáriasO PSD está a monitorizar diariamente as intenções de voto dos eleitores. As sondagens são realizadas por uma empresa que todos os dias recolhe a opinião de duzentas pessoas e depois transmite os resultados para a São Caetano à Lapa para permitir uma avaliação em tempo real da eficácia da narrativa eleitoral. Resultado: Pedro Passos Coelho tem registado uma vantagem regular sobre José Sócrates, mas a diferença nunca chega aos dois dígitos. O que significa que os debates televisivos poderão ser decisivos se a isso somarmos a elevada taxa de indecisos. «Há quem use as sondagens como armas de combate eleitoral, mas para o PSD são apenas instrumentos de trabalho», adverte Miguel Relvas. O secretário-geral dos sociais-democratas tenta desvalorizar a aproximação entre os dois partidos revelada pelas empresas de sondagens que trabalham com os grandes órgãos de informação, explicando que todas coincidem com uma taxa de indecisos que ronda os quarenta por cento. «Sabemos que temos muito trabalho pela frente», conclui.

Vitorino Magalhães Rodrigues e Jornalistas(?)



Com a devida vénia a Shyznogud aqui se dá conta deste insulto inacreditável a um dos pilares da cultura portuguesa e, por tabela, a todos nós.
Como habitual a culpa permanece solteira.

Submarinos e Jornalistas(?)

O NRP Arpão segundo submarino da classe Trident comprado á Alemanha entrou no Tejo. A coisa passaría despercebida, não fosse a sempre atenta RTP1 ter feito peça jornalística no Telejornal das 20.00h.
O jornalista(?) de serviço deslocou-e à Torre de Belém e, por obra do acaso, descobriu duas turistas russas, mãe e filha, que abordou, para fazer esta magnifica pergunta, que deve perdurar nos anais da reportagem e qui çá fazer escola.
Os Russos gostam de submarinos?
Espantada, a filha balbuciou um resposta sem muito nexo, ao qual o jornalista(?), não contente com o primeiro dislate, retorquiu:
Vocês tiveram o Kurkz não foi?
A menina respondeu, agora, de forma inteligente, percebendo-se agora, que sabia do que estava a falar.
Ninguém despede este jornalista(?) com justa causa?