Hoje estive na livraria e, como é habitual, gastei mais dinheiro do que queria.
Conheci o Jaime Bulhosa que encontrei mais novo do que esperava.
Fiquei cliente.
Talvez vá ler Santo Agostinho.
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Não tenho tempo para escrever no blogue. Porquê? Porque não existe tempo presente suficiente para escrever a não ser que eu use o tempo pretérito e o tempo futuro. Passo a explicar: Todos nós temos a percepção do tempo, como a passagem do tempo entre o pretérito, o presente e o futuro. Fácil até aqui. O que agora transparece é que não há tempos futuros, nem pretéritos. É impróprio afirmar: Os tempos são três: pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer: os tempos são três: presente das coisas passadas, presente dos presentes, presente dos futuros. Existem pois estes três tempos na minha mente que não vejo em outra parte: memória presente das coisas passadas, visão presente das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras. Se me é lícito empregar tais expressões, vejo três tempos e confesso que são três. […]
Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? [...] e de que modo existem aqueles dois tempos – o passado e o futuro – se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, seria eterno e não presente, como poderíamos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir? […]
Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derribar e tempo de edificar, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de saltar de alegria, tempo de espalhar pedras e tempo de juntar pedras, tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar, tempo de buscar e tempo de perder, tempo de guardar e tempo de deitar fora, tempo de rasgar e tempo de coser, tempo de estar calado e tempo de falar, tempo de amar e tempo de aborrecer, tempo de guerra e tempo de paz. E tempo para escrever no blogue?
Confusos? É o que dá eu andar a ler as Confissões, de Agostinho de Hipona, mais conhecido por Santo Agostinho.
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