2009/01/02

VAI SER UM ANO ÍMPAR!

Olá

Esse tom de desilusão, de descrédito e de impotência que escorre dos teus escritos é na maior parte dos casos pouco ou quase nada fecunda.
Gostavas de escrever como o Fernandes mas não trabalhas minimamente o que escreves, tens ideias mas não retiras nem ensinamentos nem conclusões.
Afinal, não é disso que te queixas? Que não se colhem lições, que se repetem os erros, (coisa que em termos de Humanidade não existe) que não se aprende nada, coisa que é profundamente injusta para com muita gente contigo incluído.
Como se aprende nos bancos da escola (principalmente na "tua" escola) a dinâmica dos grupos não corresponde ao somatório das vontades individuais, sendo também verdade que as contribuições individuais, não passando disso, são muitas vezes determinantes .
O Lenine dizia que "...é na resolução das contradições que o processo avança..." e avança sempre, mesmo que algumas vezes pareça que retrocede. Repara que não é por acaso que a palavra "avança" é usada porque é despida de qualquer conceito moral. O Mao aproveitou este conceito para (no seu próprio julgamento moral), para elaborar, subordinado-se ao tema estratégico "Dois passos em frente um à retaguarda" sendo certo que estava a percorrer o seu próprio caminho que, obviamente, a História assim não o considerou.
É ela que é o Juiz Supremo. Os caminhos pessoais ou colectivos que "não deram certo" são os "maus" apenas por isso mesmo.

Apenas um fait-diver - um dos temas mais apetecidos dos escritores da chamada Ficção Cientifica é a dos Mundos Paralelos, que consiste no exercicio intelectual de "pegar num facto "que não certo" e "construir um Mundo onde "tivesse dado", como por exemplo a descoberta de teleportação, da Pedra Filosofal ou da efectivação de uma Guerra Nuclear nos tempos da Guerra Fria (acho graça àquela de ser preciso outra Grande Guerra para a coisa avançar).

Os motivos pelos quais avança, são sempre e, serão sempre os mesmos, porque os valores básicos que nos movem existem desde que nós existimos.
Estamos a falar de Poder (quer no conceito estrito, quer no conceito lato), Liberdade, Conforto, Bem-Estar, etc.
Para obter estes desideratos, são muitas vezes atropelados os valores dos vizinhos do lado ou de longe na dimensão planetária. Uma vez protestei com o José Manuel Fernandes sobre a diferença de tratamento dado pelo Público à catastrofe do Katrina em New Orleans e do terramoto no Afeganistão onde morreram milhares de pessoas, perguntando-lhe se as vidas afegãs eram dispensáveis. Respondeu-me que "um tiro no quintal do vizinho ou do amigo é mais importante que uma bomba do outro lado da cidade". Como deves imaginar abstive-me de manter a polémica.

Esta questão é muito importante porque liga directamente com a determinação daqueles que seguimos.

"Follow the Lider" ou "Follow the Idol" é um jogo real que todos jogamos. A determinação do(s) Lider(es) é uma complexa elaboração individual que tem como ingredientes a educação, a evolução, interesses pessoais (mutáveis no tempo) , ambiente social, idade etc.
O mesmo se pode dizer quanto a abraçar uma ideologia ou uma linha política.
Esta construção é muitas vezes baseada em falsa informação, quando não ignorância, sobretudo porque, escrutinar a informação que nos chega dá trabalho e, muitas vezes, não traz valor acrescentado imediato.
O eudeusamento do Greenspan que durante anos foi transformado em "guru" apenas foi mantido porque estava a correr bem. Como o Lenine enquanto durou a URSS para os comunistas dos países não comunistas e por aí fora. Como todos os ídolos de pés de barro quando a coisa abanou o castelo caíu e até acredito que o homem acreditava naquilo que dizia (funcionava né?). Assim como a questão do Iraque não tem nada a ver com petróleo.

Quanto a não saber nada... bem vindo ao clube.
É importante não confundir o "só sei que nada sei" com o cepticismo.
Acreditar (não confundir com Fé) tem a ver mais com Vontade e Determinação.
Acreditar que, quando estamos a fazer alguma coisa ou a decidir sobre qualquer assunto estamos a tomar a atitude mais correcta no momento e na circunstância, é aquilo que mais contribui para o tal "avanço", sendo certo que não fazer ou não decidir é a "não solução".

Bjs

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