Para memória futura:
«Como se sabe, as eleições presidenciais realizam-se de dez em dez anos. Pelo meio, ao quinto ano, faz-se um simulacro para o eleitorado não perder a mão. O Presidente em exercício faz de conta que põe o seu lugar em jogo, as oposições presidenciais apresentam cordeiros para degola e o Presidente é reeleito. O seu mandato natural é, pois, de dez anos, com uma vitória ao meio por falta de comparência de adversário. Vejam as eleições presidenciais de simulacro que já tivemos. Em 1980, o opositor militar que defrontou o Presidente Eanes era de segunda linha e o opositor civil, Mário Soares, encolheu-se. Em 1991, o Presidente Soares teve como adversário... Basílio Horta. Em 2001, não se encontrou melhor do que Ferreira do Amaral para combater o Presidente Sampaio. Por que não houve Soares, em 1980, Freitas ou Cavaco, em 1991, e Cavaco, em 2001? Por que razão nos anos de Presidente de saída há engarrafamentos (1986: Soares-Freitas-Zenha-Pintasilgo; 2006: Cavaco-Alegre-Soares) e nos anos de recandidatura presidencial há assobiares para o lado? A disponibilidade de Manuel Alegre para 2011 podia fazer supor que, pela primeira vez, havia um bravo a desafiar um Presidente. Mas não é disso que se trata. Pela primeira vez o que temos é um Presidente com fraca recandidatura. » [Diário de Notícias]
Por Ferreira Fernandes no Dn de 2010/01/18
2010/01/18
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