2010/03/16

PSD, MR. HYDE, PSD, DR. JEKYLL

«Um dia, Manuela Ferreira Leite disse, fazendo ironia (e eu aqui defendi-a, então, porque lhe soube ler a ironia), que era preciso suspender a democracia no País por seis meses. Sem ironia, agora ela defende coisa menor: suspender, no partido, as críticas ao líder nos 60 dias anteriores a eleições. Por exemplo, Pacheco Pereira não poderá, se lhe der na gana, como já deu, pôr as setas do PSD ao contrário no seu blog. No partido dos tenores contra o líder (Pacheco Pereira contra Menezes, Santana Lopes contra Marcelo, Marcelo contra quase todos...), o crime de lesa-majestade! Ao proibir essas críticas, o congresso prometeu ao próximo líder - Coelho, Rangel ou Aguiar-Branco, quem for - a honra de ser Kim-Il-sung durante 60 dias. É caso para pôr Zita Seabra a suspirar: "Posso ter saído do PCP, mas o PCP veio atrás de mim..." Tudo nesta decisão é tolo. A começar por ter sido apresentada por Santana Lopes, com o seu longo historial de morder canelas aos líderes. Mas, sobretudo, surpreende ser no PSD. Ontem, lendo dezenas de opiniões (como hoje a Internet me permite), a indignação era quase unânime entre gente simpatizante do PSD. Para um partido acossado pela necessidade urgente de resultados práticos, esse sobressalto por uma ideia, a liberdade de expressão, só o honra. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

Roubado do Jumento

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