Coma a devida vénia a Eduardo Pitta a qui se transcreve o que lhe vai na alma.
A ver vamos, como diz o cego, se assim será:
Na Primavera de 1983, a crise económica e financeira obrigou o PS e o PSD a entenderem-se. Assim nasceu o IX Governo Constitucional, que tomou posse a 9 de Junho. Resultado de um acordo entre os dois partidos, Mário Soares chefiou um executivo com ministros socialistas (Almeida Santos, Jaime Gama e outros), social-democratas (Carlos Mota Pinto, Rui Machete e outros), renovadores (Francisco Sousa Tavares) e independentes (Ernâni Lopes e outros). Durou até 6 de Novembro de 1985. Nesses 29 meses, o governo do Bloco Central pôs as finanças do país em ordem. E pudemos entrar na Europa.Agora vivemos uma crise parecida. Mas, hoje mesmo, o PSD recusou conversações com o governo sobre o Orçamento de Estado para 2011. De Figueiró dos Vinhos, Cavaco já reagiu.Nada disto espanta. Os seis meses que Pedro Passos Coelho leva de líder do PSD demonstraram à saciedade que, salvo incidente de natureza imprevisível, a actual direcção laranja não formará o próximo governo. Não é difícil perceber porquê. Se o chumbo do OE 2011 mergulhar o país numa situação explosiva, Cavaco acertará com Sócrates (e não com outro) os detalhes de um governo de emergência que assegurará a legislatura. Se, com chumbo ou sem ele, a situação se aguentar, mais aperto menos aperto, Sócrates leva a legislatura ao fim com uma perna às costas. Não tenham ilusões: em nenhuma destas circunstâncias Cavaco (ou Alegre) facilitará o caminho a Passos Coelho. Entretanto, até 2013, o PSD se encarregará de trazer Rui Rio ao colo para Lisboa.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário