A ideia desta série é indecentemente roubada ao José Mário Silva depois de ler o artigo A Angústia da Página em Branco publicado na revista Única de 16 de Outubro.
A ideia original circunscreve-se aos romances, mas esta série vai alargar-se à BD e à música e ao cinema.
Ainda roubado do referido artigo as honras de abertura vão, ironicamente, para Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez (1928) e Conversa na Catedral de Mário Vargas Lhosa (1936):
"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendia havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou conhecer o gelo."
Comentário de JMS:
Experimente ler alto esta frase, pórtico por onde se entra num romance magistral. Depois releia. Depois releia outra vez. À terceira releitura já saberá de cor. O mais certo é ficar gravada na memória como se fosse um poema. De certa maneira, é o que ela é.
"Da porta do La Cronica, Santiago olha a avenida Tacna, sem amor: automóveis, edifícios desiguais e desbotados. esqueletos de anúncios luminosos flutuando na neblina, o meio-dia cinzento."
Comentário de JMS:
Quarenta e um anos antes de ganhar, com inteira justiça, o Nobel da Literatura, Vargas Lhosa começava assim, em tom melacólico, a sua obra prima.
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